BRASÍLIA, 15 Ago (Reuters) - O governo deve apresentar nos
próximos dias propostas de reajustes salariais aos servidores públicos que somam
entre 12 bilhões de reais e 14 bilhões de reais, segundo disse à Reuters uma
alta fonte do governo envolvida das negociações.
Esse valor inclui as propostas já apresentadas pelo governo para os
servidores da educação e os técnicos administrativos, cujo os reajustes podem
consumir cerca de 6 bilhões de reais do orçamento de 2013, segundo essa fonte
que pediu para não ter seu nome revelado.
Mas esse valor de 6 bilhões de reais pode aumentar, porque nesta quarta-feira
o governo pretende apresentar uma nova proposta aos técnicos administrativos das
universidades federais, segundo disse à Reuters uma fonte do Ministério do
Planejamento.
De acordo com cálculos dos sindicalistas, para atender minimamente as
reivindicações de todas as categorias seriam necessários entre 18 bilhões e 20
bilhões de reais.
O Ministério do Planejamento comanda as negociações com os sindicalistas até
o dia 31, quando terá que enviar ao Congresso o projeto de Lei Orçamentária
prevendo quais categorias terão aumento salarial.
As primeiras reuniões da mesa permanente de negociação ocorreram na
terça-feira. A expectativa do Executivo é que a pressão dos servidores em greve
aumente nas próximas semanas, porque essa é a única oportunidade que as
categorias têm para garantir reajustes para o ano que vem.
Nesta quarta-feira, milhares de servidores federais em greve marcharam pela
Esplanada dos Ministérios, na região central de Brasília, segundo informações da
Agência Brasil.
A disposição do governo continua sendo de conceder reajustes diferenciados
apenas para os professores e os militares e apresentar algumas propostas
pontuais de aumento para servidores de nível médio e aqueles que têm menores
remunerações, segundo fontes do governo.
Nesta quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff voltou a dizer que a
prioridade do governo é garantir o emprego "daqueles que não têm estabilidade".
Ou seja, os trabalhadores da iniciativa privada.
O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre,
afirmou que ouviu do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto
Carvalho, que o governo está disposto a negociar com todas as categorias dos
servidores.
"A proposta seria de manter o poder aquisitivo dos servidores para os
próximos anos", disse Nobre.
(Por Jeferson Ribeiro)
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