Mesmo sem acordo com professores federais, governo enviará projeto de reajuste ao Congresso
Principal sindicato diz que medida do governo desrespeita a categoria
Da Agência Brasil
Sem ceder às pressões dos professores das universidades e dos institutos federais, o governo enviará ao Congresso Nacional a proposta de reajuste salarial e de reestruturação do plano de carreira apresentada na semana passada. O anúncio ocorreu nesta quarta-feira (1º) à noite, depois de quase três horas de reunião entre o Ministério do Planejamento e representantes das entidades da categoria, em greve há 77 dias.
Das quatro entidades que representam os docentes federais de ensino superior, três se recusaram a firmar acordo com o governo federal. Apenas a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior) aceitou a proposta, que prevê reajustes de 25% a 40% e diminuição do número de níveis de carreira de 17 para 13.
Na quinta-feira (2), a Proifes assinará o acordo que ratifica o fim das negociações. Segundo Mendonça, o governo não pretende atender a reivindicações adicionais.
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— Chegamos ao limite do que achávamos possível. Os ajustes já ocorreram ao longo das discussões. A proposta é boa, adequada e tem impacto de R$ 4,2 bilhões no orçamento.
Das quatro entidades que representam os docentes federais de ensino superior, três se recusaram a firmar acordo com o governo federal. Apenas a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior) aceitou a proposta, que prevê reajustes de 25% a 40% e diminuição do número de níveis de carreira de 17 para 13.
Na quinta-feira (2), a Proifes assinará o acordo que ratifica o fim das negociações. Segundo Mendonça, o governo não pretende atender a reivindicações adicionais.
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— Chegamos ao limite do que achávamos possível. Os ajustes já ocorreram ao longo das discussões. A proposta é boa, adequada e tem impacto de R$ 4,2 bilhões no orçamento.
O secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, disse acreditar que, a partir da próxima semana, as universidades federais começarão a retomar as atividades.
Negativa
Negativa
Em nota divulgada após a reunião, a Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) disse que o governo desrespeita os professores. "A alteração pontual [feita] na última semana não modificou a essência da proposta do governo, o que foi reconhecido pelos próprios representantes do Ministério do Planejamento. Desta forma, continua ignorando a pauta da greve nas instituições federais de ensino: reestruturação da carreira docente e valorização e melhoria nas condições de trabalho docente", diz o comunicado.
Para Marinalva Oliveira, presidente do Andes, houve recusa por parte do governo para negociar outras reivindicações, como a remoção de barreiras para a progressão no plano de carreira e a melhoria das condições de trabalho
— Infelizmente, governo escolheu um lado para assinar o acordo. Vamos continuar firmes na greve e vamos intensificar a luta porque a indignação da categoria vai crescer muito.
Já o coordenador-geral do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), Gutemberg de Almeida, criticou o que considera "intransigência do governo".
— Ao anunciar que vai assinar um acordo com uma entidade que não representa a maioria dos professores, o governo ignora a categoria. Não compactuamos com esse tipo de postura, que contraria uma promessa de campanha do governo Dilma, que é a valorização da educação.
Além do Andes e do Sinasefe, a Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) rejeitou a proposta.
Crítica
Crítica
O presidente do Proifes, Eduardo Rolim de Oliveira, rechaçou as alegações de que a entidade não representa os docentes de nível superior. Segundo ele, a federação participou da assinatura de dois acordos, em 2007 e no ano passado.
— O acordo de 2007 foi o melhor que os professores tiveram até hoje.
De acordo com Oliveira, os professores conseguiram alcançar conquistas significantes com a greve, como o reajuste mínimo de 25% e a diminuição dos níveis de carreira. Ele apresentou uma pesquisa do Proifes com 5,2 mil professores de 43 universidades e institutos federais na qual 74,3% dos entrevistados responderam favoravelmente à proposta.
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