Governo finaliza contas para dar reajuste seletivo a servidores
BRASÍLIA, 10 Ago (Reuters) - O governo definirá neste fim de
semana o montante de recursos disponível para negociar os reajustes salariais
dos servidores públicos em greve sem comprometer o equilíbrio das contas
públicas, disseram nesta sexta-feira à Reuters fontes do governo.
Por conta das limitações orçamentárias, o governo pretende dar reajuste
diferenciado apenas para os professores federais e militares, categorias
consideradas prioritárias, disseram as fontes. As demais categorias serão
atendidas conforme a disponibilidade de recursos e com base na defasagem
salarial.
A decisão de discutir o tema no fim de semana deve-se ao compromisso que o
governo firmou de realizar as negociações de 13 a 17 de agosto com as categorias
em greve e com as que ameaçam cruzar os braços na segunda metade do mês.
A expectativa do governo é de que haja um acirramento das negociações nas
próximas semanas, já que os reajustes obrigatoriamente têm que ser incluídos na
proposta orçamentária do próximo ano, que será encaminhada ao Congresso até 31
de agosto.
PRESSÕES
O governo também tem buscado desconstruir a magnitude da paralisação dos
servidores. As entidades representantes dos funcionários públicos argumentam que
são 350 mil com os braços cruzados. O governo alega que há 570 mil funcionários
da ativa e se 350 mil estivessem em greve o país estaria parado.
Em paralelo, a Advocacia-Geral da União mantém as ações na Justiça para
cortar o ponto e minar o fôlego dos grevistas.
O governo enfrenta a pressão de servidores em duas frentes: das categorias
que já estão em greve, como professores, funcionários do Incra, IBGE e técnicos
administrativos, entre outros: e de outras 23 entidades que ameaçam paralisar a
partir de 20 de agosto, caso não haja avanço nas negociações da próxima
semana.
Entre as categorias que ameaçam paralisar estão a dos funcionários do Banco
Central, da Comissão de Valores Mobiliários e do ministério do Planejamento.
"O governo tem dito que pretende fazer ajuste fiscal, fazer mais investimento
e dar mais incentivo à economia", afirmou o presidente do Sindicato dos
Servidores do Banco Central, Sérgio Belsito. "Mas é preciso achar espaço para os
servidores, mas se não tiver nenhuma proposta a disposição de parar continua de
pé", acrescentou.
O governo já apresentou propostas aos professores --reajuste de 15 por cento
dividido em três parcelas anuais-- e aos técnicos administrativos, que
representam conjuntamente um gasto adicional de 6 bilhões de reais em 2013.
Os sindicalistas argumentam que para atender minimamente as reivindicações de
todas as categorias seriam necessários entre 18 bilhões de reais e 20 bilhões de
reais.
(Por Tiago Pariz; Reportagem adicional de
Jeferson Ribeiro e Ana Flor)
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