terça-feira, 24 de julho de 2012

UOL: Reunião entre professores de universidades federais em greve e governo termina em impass

Reunião entre professores de universidades federais em greve e governo termina em impasse

 

Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
  • Andre Borges/Folhapress
    Professores de federais em greve se reuniram nesta segunda-feira (23) com representantes do governo para negociar o fim do movimento
Professores de federais em greve se reuniram nesta segunda-feira (23) com representantes do governo para negociar o fim do movimento


Terminou em impasse a reunião entre os professores de universidades e institutos federais e o governo federal realizada nesta segunda-feira (23) para discutir as reivindicações da categoria, em greve há mais de dois meses. Uma nova reunião deve ser marcada para esta terça-feira (24), mas ainda não há definição de horário.


Após cerca de três horas de discussão, só houve avanços em relação à criação de um grupo de trabalho sobre a carreira de professor, incluindo pontos como a carga horária mínima e a questão do professor titular.


Para o principal sindicato que representa a categoria, no entanto, a formação de um grupo de trabalho é muito pouco perto do que reivindicam. “Esperamos que seja indício de um início de processo de negociação. Temos uma grande divergência com o governo quanto à concepção [sobre a carreira de professor]”, afirma Marinalva Oliveira, presidente do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).


O governo alega que é preciso discutir mais sobre o assunto –até porque, diz Amaro Lins, secretário de Educação Superior, não haveria consenso entre as três entidades a respeito dos critérios para progressão da carreira. “É uma questão de entendimento. Mesmo entre as representações sindicais, não há um consenso sobre a progressão da carreira. Elas não chegaram a uma definição comum. Espero que se chegue a elementos centrais que possam ser acordados por todas as representações”, afirma.


"O governo só fez falas genéricas e esperou que a gente se posicionasse sobre a proposta deles. Já entregamos um documento oficial na quinta-feira sobre o nosso posicionamento e esperávamos uma resposta, mas até agora não aconteceu nada ainda", criticou Eduardo Rolim, do Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior), sindicato que representa parcela dos professores.

 

 

Dois meses de greve nas federais

 
Foto 1 de 15 - 17.mai.2012 - O Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) deflagra greve nacional dos professores por melhores condições de trabalho Mais Ronaldo Santos/FotoArena/AE

Proposta do governo


O texto apresentado pelo Ministério do Planejamento prevê mudanças no plano de carreira, que entrariam em vigor a partir de 2013, e um aumento salarial que, de acordo com o governo, poderiam chegar a 45,1% para o topo da carreira (professor titular com dedicação exclusiva). A proposta ainda reduz de 17 para 13 os níveis de carreira, uma das reivindicações do movimento grevista.
Sobre o montante de R$ 3,9 bilhões da proposta apresentada pelo governo, Lins diz que, segundo o Ministério do Planejamento, não há margem para aumentar esse valor.


Indagada se a categoria poderia recuar no valor exigido para aceitar a proposta do governo, a presidente do Andes afirmou que a discussão no momento é sobre conceitos e não valores. ”Estamos ainda discutindo concepção e posteriormente vamos entrar na parte de valores. Não queremos ajustes pontuais, mas [mudança] de concepção e a correção de distorções salariais.”


Segundo ela, a categoria propõe que haja isonomia entre os níveis e que tenha percentual fixo de aumento para subir de um nível a outro. “Queremos uma porcentagem fixa que seja incorporada aos vencimentos básicos pela titulação e não como gratificação.”


Para o coordenador-geral do o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), Gutemberg Almeida, falta clareza na proposta apresentada pelo governo para os professores dos institutos federais. Segundo ele, o Ministério da Educação quer puxar para si a responsabilidade de definir os critérios sobre pesquisa e extensão, incluindo carga horária mínima e máxima dos professores. “O MEC quer mudar algo que compete aos institutos, que têm autonomia para definir isso e não apresenta critérios claros. Não sabemos qual é a posição do governo.”



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