publicado em 23/07/2012 às 19h30:
Professores rejeitam mais uma vez proposta do governo e greve continua
Não há previsão para retorno das aulas nas universidades federais
Maria Carolina Lopes, do R7, em Brasília
Representantes de professores e governo não chegaram a um acordo sobre a greve nas universidades e institutos federais, que já dura dois meses. Em reunião na tarde desta segunda-feira (23), grevistas reafirmaram que professores de todo o Brasil rejeitam a proposta do governo, que oferece até 45% de aumento salarial ao longo de três anos.
De acordo com a Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, o governo não pretende avançar na proposta salarial. O reajuste representaria R$ 3,9 bilhões de impacto no orçamento federal. O governo também pode cortar os salários dos grevistas, caso as universidades enviem ao ministério os dados dos professores que aderirem à paralisação.
Por outro lado, o governo estuda outras propostas apresentadas pelo movimento grevista. A presidente do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Marinalva Oliveira, explica que a principal reivindicação diz respeito à progressão de carreira.
— Nós reivindicamos correção de distorções para que não haja perdas salariais. A proposta atual traz perdas a três quartos da categoria, beneficiando apenas 5%. Além disso, impõe barreira à progressão dos professores. Por isso, 58 associações sindicais rejeitaram a proposta.
Segunda o Andes, enquanto um professor assistente 2, que tem mestrado, receberia 46,2% a mais pela dedicação exclusiva, o professor titular doutor teria o acréscimo de 130% e o professor auxiliar, 54%.
Grupo de trabalho
Para resolver o impasse, o secretário de ensino Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, sugere a criação de um Grupo de Trabalho entre entidades que representam as instituições de ensino, universidades e governo.
— Creio que devemos montar um grupo de trabalho para identificar quais são os pontos centrais da proposta e as exigências. Mas o governo está aberto a um acordo de progressão.
— Creio que devemos montar um grupo de trabalho para identificar quais são os pontos centrais da proposta e as exigências. Mas o governo está aberto a um acordo de progressão.
As negociações continuam nesta terça-feira (23). A greve das federais começou no dia 17 de maio e afeta 59 universidades e 36 institutos de educação.
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