28/07/2012 - 05h30
Proposta feita a professores grevistas é a final, diz ministro
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DE SÃO PAULO
O governo não conseguirá melhorar a proposta de aumento aos grevistas das
universidades federais, afirmou ontem o ministro da Educação, Aloizio
Mercadante.
Professores
da Unifesp e da UFABC decidem manter greve
Ano letivo em universidades deve avançar até 2013
Governo decide pressionar reitores a retomar aulas
Ano letivo em universidades deve avançar até 2013
Governo decide pressionar reitores a retomar aulas
Nesta semana, a gestão Dilma apresentou a segunda versão de reajustes, que
vão de 25% a 40% até 2015. Antes, começavam com 12%.
"Não conheço nenhuma outra categoria que tenha proposta como essa, neste
momento de crise internacional", afirmou o ministro em entrevista à
Folha.
O principal sindicato diz que o salário deveria dobrar e que a greve deve
continuar. Aponta que boa parte do reajuste será abatida pela inflação
--indicador que deve somar ao menos 15% nos três anos, avalia o ministro.
A greve dura mais de dois meses. Em São Paulo, a Unifesp e a UFABC seguirão
na paralisação. A UFSCar indica que pode sair do movimento.
A seguir, a entrevista em que Mercadante faz um balanço dos seus seis
primeiros meses no ministério.
*
Folha - O governo não poderia ter evitado essa greve?
Aloizio Mercadante - Quando cheguei, havia o compromisso de reajuste
de 4% e de discussão sobre a nova carreira. O Congresso não aprovava o aumento,
mas conseguimos fazer via medida provisória. Apesar disso, logo em seguida
começou a greve, mesmo com o meu compromisso de que seria discutida a carreira
[o sindicato diz que o processo estava atrasado].
A proposta feita pelo governo nesta semana é a final?
Sim. O governo reconhece que a carreira está defasada e garante reajuste de
ao menos 25% para os próximos três anos, mesmo neste cenário de crise
internacional. Não conheço outra categoria que tenha proposta como essa.
Mas já há universidades dizendo que manterão a greve.
E outras saindo. Esperamos que tudo seja resolvido em breve, pois pode haver
prejuízos para o ano letivo.
Pensando sua gestão como um todo, afirma-se que ela será lembrada pelo
sucesso ou fracasso na alfabetização das crianças de até oito anos.
A alfabetização na idade certa é prioridade histórica e será estratégica
nesta gestão. Apresentamos um pacto com Estados e municípios para capacitar
professores-alfabetizadores e aceleramos construção de creches.
A alfabetização já não deveria ter sido atacada?
Cada gestão deu sua contribuição. No governo Fernando Henrique Cardoso, veio
o Fundef, fundo que ajudou a ampliar as matrículas.
No governo Lula, o fundo foi ampliado e vieram o Prouni [bolsas em
universidades privadas] e o Reuni [expansão das universidades federais]. Agora é
a alfabetização.
O sr. é criticado por não defender os 10% do PIB para a educação [projeto
que está no Congresso]. E pela falta de um plano para a educação.
Sem definir qual a fonte de financiamento, como alcançarmos uma meta assim?
Sobre o plano, esperamos a definição do Plano Nacional da Educação. Mas já
estamos com ações focadas, como o pacto pela alfabetização e consolidação do
Reuni.
ENTENDA A GREVE DAS UNIVERSIDADES
- REIVINDICAÇÕES
- Que os salários dobrem
- Que as gratificações que representam mais de 50% do salário sejam
incorporadas ao vencimento-base
- PROPOSTA DO GOVERNO
- Que o reajuste seja de 25% a 40% até 2015
- Que a discussão dos demais pontos seja feita entre reitores e sindicatos
R$ 7.600
é quanto ganha um professor iniciante, com doutorado, em dedicação exclusiva hoje
é quanto ganha um professor iniciante, com doutorado, em dedicação exclusiva hoje
R$ 10 mil
é quanto ele receberia pela proposta do governo, em 2015
R$ 14,5 mil
é a proposta do sindicato, já neste ano
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/1127464-proposta-feita-a-professores-grevistas-e-a-final-diz-ministro.shtml
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