Data:
31/05/2012
Professores federais em
greve participam de reunião com reitores em Brasília
Representantes
do Comando Nacional de Greve (CNG) dos professores federais participaram nesta
quinta-feira (31) do Pleno da Associação dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (Andifes), encontro nacional que reúne os reitores
das 59 Universidades Federais Brasileiras.
O
CNG foi convidado fazer uma fala durante a reunião, uma vez que a greve nas
Instituições Federais de Ensino está na pauta do encontro, que também debate o
financiamento nas Ifes e a escolha de representantes da Andifes para compor o conselho
da Ebserh, entre outras questões.
Reivindicações
Luiz
Henrique Schuch, 1º vice-presidente do ANDES-SN e do CNG, se dirigiu aos
reitores agradecendo o espaço e lembrando que mais uma vez, nesta quinta, vence
o prazo estabelecido pelo próprio governo, e usado para desqualificar a greve
docente, de conclusão dos trabalhos acerca da reestruturação da carreira
docente.
O
diretor do ANDES-SN fez um histórico das negociações com o governo, iniciadas
em 2010, lembrando que a entidade nunca se negou a participar das mesas e
debates, com o objetivo de superar as divergências e avançar no processo. “Se
pegarmos a ideia de carreira apresentada pelo governo em dezembro de 2010 e a
que foi colocada na mesa no último dia 15, às vésperas da nossa greve, é
possível ver que nada mudou e o governo se mantém cristalizado em suas
concepções sem abertura para negociar”, avaliou.
Schuch
conclamou os reitores a pensar a questão da carreira não só olhando para o
momento presente, mas principalmente levando em consideração os novos
ingressantes, ou seja, o futuro da Universidade Pública Brasileira. “Se fizermos
uma carreira sem olhar para frente, iremos criar um fosso”, alertou.
O
representante dos professores observou ainda que o conceito de carreira tem
relação direta com a construção de um projeto acadêmico de longo prazo e
precisa incentivar, também financeiramente, os professores a dedicarem sua vida
profissional à instituição – condição necessária para a construção contínua de
conhecimento e pesquisa.
“O
que vemos hoje é os novos ingressantes estudando para entrar em concursos de
outras carreiras, inclusive no serviço público, que são melhores remuneradas e
não exigem titulação”, relatou.
Em
relação às condições de trabalho, o representante do CNG ressaltou que vários
dos dirigentes presentes devem ter ciência das reivindicações locais apontadas
pelos professores e prova disso é o grande número de manifestações de apoio em
relação à greve vinda não só de reitores, mas também de Conselhos
Universitários e direções de cursos e faculdades.
“O
que se vê é um movimento muito positivo em relação à greve, mas infelizmente
também registramos poucos, mas relevantes, casos de constrangimento aos professores
que decidiram pela greve”, ressaltou.
Ele
apontou o caso do Campus de Jataí, da Universidade Federal de Goiás (UFC),
onde, segundo relatos ao CNG, diretores e coordenadores estão criando situações
de ameaça ao exigir listas, atas, registros em que constem os professores que
votaram pela adesão à greve, bem como imposição de regras sobre o registro da frequência.
“Não iremos tolerar constrangimentos desse tipo ao nosso movimento e haverá uma
reação nacional a esse tipo de atitude”, avisou.
Apoio
O 1º
vice-presidente do ANDES-SN pediu então a ação da Andifes e dos reitores para intervir
junto ao MEC solicitando a abertura de negociação com o governo. “A palavra de ordem
agora, mais do que nunca, é ‘Queremos negociação’. Queremos agendamento de reuniões
com interlocutores credenciados, com urgência, para buscarmos uma solução positiva
ao impasse estabelecido”, finalizou.
O presidente
da Andifes e reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), João Luiz
Martins, agradeceu a participação do ANDES-SN e disse que o coletivo dos
reitores tem clara compreensão dos dois eixos que regem a pauta de reivindicações
dos docentes em greve.
“A
gente está numa luta diária como liderança buscando soluções para os problemas
relacionados às condições locais das universidades. Não tenham dúvida do nosso
compromisso com as condições de trabalho e com o patrimônio humano das
instituições”, disse.
Martins
disse que a Andifes também entende a importância de uma carreira bem
estruturada como instrumento de valorização do trabalho docente e que a
entidade irá se empenhar junto ao MEC para a retomada do diálogo e abertura de
negociação.
Fonte:
ANDES-SN
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