JORNAL AGORA (DIVINÓPOLIS) NOTICIA AMPLIAÇÃO DA GREVE

Servidores federais aderem à greve

Funcionalismo anuncia paralisação a partir do dia 11; protesto de professores já dura mais de 20 dias

Douglas Oliveira

A greve de professores federais completa 24 dias e já conta com a adesão de 51 instituições em todo país. Em Minas, dez instituições aderiram ao movimento, incluindo a Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) em Divinópolis e o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), também na cidade.

Várias assembleias estão sendo realizadas desde o primeiro dia de greve, que teve início em 17 de maio. Já no primeiro momento, 36 universidades pararam suas atividades. Número que continua crescendo desde então. A medida foi tomada por reivindicações de plano de carreira, além da incorporação das gratificações ao vencimento básico.

De acordo com a Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior (Andes-SN), a reunião prevista para o dia 28 de maio, em Brasília, foi adiada pelo secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, do Ministério do Planejamento (MP). Segundo a Andes-SN, não foram dadas justificativas para o cancelamento do encontro. Mesmo com a suspensão do que seria o primeiro debate entre o Governo Federal e os docentes, foi realizado um protesto em frente à sede do Ministério do Planejamento.

Funcionalismo federal

Além dos docentes das instituições federais de ensino, foi anunciada na quarta-feira, 6, a greve geral do funcionalismo federal a partir do dia 11. A decisão veio após plenária realizada na Esplanada dos Ministérios, na terça-feira, 5, e que reuniu mais de 800 representantes de 31 entidades que integram o Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais (SPF).

No setor de educação, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra Sindical) informa que as atividades serão paralisadas na segunda, 11. O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) aponta a quarta, 13.

Também no dia 13, outra categoria entra em greve. Os trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União vão cruzar os braços. No dia 18, a base da Confederação Nacional dos Servidores Federais (Condsef) também para.

Segundo o coordenador da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Paulo Barela, o número de servidores que se mobilizam favoráveis à greve é um fato histórico, já que as revindicações se arrastam por quase dez anos.

- Depois de quase uma década, os servidores retomam a compreensão de que é também tarefa do funcionalismo público lutar em defesa da qualidade do serviço que é oferecido à população. Isso aponta uma greve inédita dos servidores federais - afirma o coordenador em nota.

A greve já está confirmada. No entanto, as entidades ainda irão discutir com bases para o início da deflagração. Desde o início do ano, foram oito reuniões com o MP, porém não houve avanços. Para a presidente da Andes-SN, Maria Barbosa, a greve de outros setores federais demonstra a soma de forças.

- A nossa greve cumpre um papel importante ao demonstrar, com muita humildade, que é possível lutar. Em segundo, na medida em que mais categorias entram em greve, fortalecem as lutas já em curso - afirma.

Histórico

A greve foi aprovada em reunião realizada no dia 14 de maio. Do dia 2 a 11 do mesmo mês, foram realizadas assembleias gerais para definirem a greve nacional.

No dia 12, a proposta da paralisação teve reforço na reunião realizada em Brasília, que contou com a participação de professores das instituições federais. A votação que confirmou a greve foi feita na segunda-feira, 14. Segundo o comando de greve local da UFSJ, o movimento é a forma de tentar reverter a situação e voltar às negociações em busca das melhorias exigidas.

De acordo com representantes do comando da greve da UFSJ, as reuniões simultâneas foram ações inéditas e que mostram a união da categoria. Além desses encontros, uma reunião em Brasília também marcou o movimento nacional.

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